É impossível fazer uma empresa crescer sem ter dinheiro para a manutenção das atividades, não é mesmo? Por isso, você, como gestor, precisa conhecer o que é e qual é o capital circulante líquido do seu negócio.
Afinal, esse é o montante que você usará para girar seu estoque e fazer o seu negócio funcionar. Não sabe como calcular o capital circulante líquido? Nós te ensinamos!
O que é capital circulante líquido?
O capital circulante líquido (CCL) também pode ser conhecido como capital de giro ou capital de giro líquido. Ele corresponde à diferença entre o ativo e o passivo circulante de uma empresa.
Ou seja, é o capital que a empresa tem líquido e que pode usar para pagamentos de dívidas no curto prazo, giro de estoque, compra de matérias-primas, pagar impostos, pagar salários, entre outras demandas.
Essa sobra de capital também é usada para a realização de vendas a prazo. Assim, até você receber a quantia, terá dinheiro para arcar com as obrigações do negócio.
Ativo circulante x Passivo circulante
Para compreender melhor o CCL, é fundamental entender o que significa ativo e passivo circulante.
- Ativo circulante são os recursos da empresa que podem ser convertidos em finanças no curto prazo (em torno de 12 meses), por exemplo: dinheiro em caixa, aplicações financeiras etc.
- Passivo circulante são as dívidas de curto prazo da empresa, com vencimento em até 12 meses. Por exemplo: obrigações com funcionários, impostos, aluguel, pagamento de fornecedores, empréstimos, financiamentos etc.
Qual a fórmula do capital circulante líquido?
Agora que já entendemos os pontos que compõem o capital circulante líquido, fica mais fácil aplicar a fórmula. Ela é a seguinte:
CCL = AC – PC
Em que AC corresponde aos ativos circulantes e PC aos passivos circulantes.
Exemplo
Vamos supor que a sua empresa tenha um ativo circulante de R$10.000 e um passivo circulante de R$5.000. Ao aplicarmos a fórmula, teríamos um CCL de R$5.000.
Esse valor nos mostra que a empresa possui capital circulante líquido suficiente para cobrir seus gastos e despesas, havendo superávit (lucro excedente), de acordo com o período calculado, que deve ser investido e pode ser usado em situações emergenciais para cobrir as despesas da empresa.
Agora, vamos supor que o ativo circulante continue sendo de R$10.000, mas o passivo circulante suba para R$20.000. Nesse caso, o CCL ficará negativo em R$10.000.
Isso indica que a companhia não tem capital suficiente para pagar suas contas básicas e precisará recorrer a capital de terceiros (como empréstimos) para financiar suas atividades e continuar operando.
Para que serve e qual a importância desse índice?
Ao analisar o capital circulante líquido do seu negócio, você tem uma visão mais precisa de como anda sua empresa e pode adotar estratégias de acordo com os resultados que ela vem apresentando, mantendo a gestão financeira em dia.
Por exemplo, se a sua empresa está com um CCL negativo, é muito importante tomar medidas rápidas para reverter esse cenário adverso, sendo um sinal claro de risco para a sobrevivência do negócio.
Apesar disso, algumas empresas conseguem sobreviver mesmo com esse índice negativo. Já que, em alguns casos, esse fato decorre do próprio processo operacional da empresa.
Se essa não for a situação do seu negócio, contudo, é preciso tomar medidas, como cortar custos, aumentar os preços ou aumentar as vendas. Períodos prolongados de CCL negativo podem levar ao endividamento e encerramento do negócio, com a liquidação de ativos para pagar os credores.
No caso da sua empresa estar “empatando”, com CCL nulo, ou seja, ganhando apenas o suficiente para cobrir o seu passivo circulante, é importante também ficar atento. Já que, dessa forma, será mais complicado pensar em crescimento.
De qualquer forma, sempre analise o resultado de acordo com a realidade do seu negócio. E use essa informação na hora de tomar decisões.
Por exemplo, você pode prever o seu CCL em determinadas situações, como aumentando o prazo de recebimento das vendas, para descobrir qual é o prazo máximo que pode oferecer aos seus clientes em negociações, sem que isso afete o caixa e a saúde financeira da sua empresa.
Também pode usar o capital de giro para oferecer vendas a prazo, com um montante suficiente para cobrir suas despesas até que o valor das vendas entre no caixa.
Crises financeiras
A análise do CCL também permite que você consiga se planejar para atravessar crises financeiras e econômicas. Nesses períodos de recessão, é comum que o volume de vendas caia. Isso pode afetar o fluxo de caixa da empresa.
Se você mantém o hábito de acompanhar o seu CCL, saberá o quanto precisará gerar de ativo apenas para cobrir os custos da sua operação, e manter seu negócio funcionando neste período de instabilidade.
Você pode, ainda, projetar um CCL maior para esses períodos, trazendo mais segurança para suas operações e dando margem para trabalhar com negociações positivas com seus clientes e fornecedores.
Como fazer uma boa gestão do capital de giro?
Já deu para notar que o CCL ou capital de giro é extremamente importante, não é mesmo? Por isso, separamos algumas dicas que vão ajudá-lo a gerir corretamente esse ponto.
Planejamento
Mesmo que hoje você esteja operando com superávit, a qualquer momento essa situação pode mudar (a pandemia já nos ensinou isso, certo?). Então, é preciso ter um “plano” definido para lidar com situações de crise.
Entenda, exatamente, onde você pode reduzir e otimizar os custos e como planejar os gastos futuros. Dessa forma, você terá um fluxo de caixa saudável e poderá agir rapidamente em momentos de crise, reduzindo os impactos desses períodos e evitando que a sua empresa tenha de recorrer a empréstimos.
Esse planejamento pode (e deve) ser feito tanto para o curto como para o longo prazo.
Recebíveis
Se você fizer uma boa gestão do seu CCL, não precisará recorrer à antecipação dos recebíveis. Por isso, acompanhe de perto o quanto a sua empresa tem para receber e os prazos, elaborando previsões de quando será necessário obter mais capital de giro.
Você também conseguirá prever os momentos em que terá superávit no seu CCL – e pensar em como investir essa quantia.
Estoque
Gerenciar corretamente o estoque tem um forte impacto no seu capital de giro. Se essa compra for feita de forma impensada, você poderá acabar com produto encalhado (e terá gasto dinheiro à toa, além de ocupar espaço e recursos que poderiam ser usados para produtos com maior potencial de venda).
Muitos gestores apenas pensam em comprar mais para poder pagar menos no valor unitário da mercadoria. Porém, de nada adianta essa economia, se o item acabará encalhado ou terá custos excessivos de manutenção até a venda.
As empresas no ramo de alimentação ou que trabalham com sazonalidade precisam de um cuidado redobrado com esse setor, assegurando um equilíbrio preciso entre o número de mercadorias compradas e vendidas.
O dinheiro que você gasta com a compra de mercadorias integra o cálculo do capital de giro. Por isso, se você gerenciar bem o seu estoque, irá aumentar o seu CCL, economizando na compra de produtos e realizando a reposição apenas no momento certo.
Fornecedores
A negociação com fornecedores é fundamental para manter a saúde financeira da empresa em dia. Você pode tentar descontos para compras à vista, prazos mais interessantes para pagamentos, entre outros.
Se você acabou de abrir sua empresa, contudo, pode ser mais complicado ter essa abertura para negociação. Nesse caso, trabalhe de acordo com o seu capital de giro, planejando corretamente os vencimentos para que você consiga receber dos clientes antes do dia do pagamento aos fornecedores.
Reposição
Se, porventura, você precisar usar o capital de giro para pagar alguma despesa, é muito importante repor essa quantidade. Assim, você consegue assegurar o funcionamento do seu negócio mesmo em épocas de adversidade.
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