O termo crise financeira não é desconhecido da população. Afinal, quem não se lembra das grande crise financeira de 2008, também conhecida como a Crise Financeira Global?

Entender esses períodos é muito importante para quem tem uma empresa. Pois, é preciso saber como prever essas situações e, principalmente, como elas afetam o poder de compra dos clientes. Criando planos de ação para superar esses períodos de dificuldades.

Ficou interessado? Então siga a leitura!

O que é crise financeira?

Crise financeira é um termo usado para diversas situações nas quais instituições ou ativos financeiros se desvalorizam rapidamente.

As principais crises financeiras dos últimos séculos estiveram associadas a períodos de recessão e quebra de bancos, bolhas financeiras ou quebra do mercado de ações.

Pode-se dizer que as crises financeiras são características do sistema capitalista. E, por isso, devem acontecer sucessivamente. Sendo que algumas têm um alcance maior, como foi a crise de 2008, que afetou todo o mundo.

Tipos

Os principais tipos de crises financeiras são:

  • crise bancária: quando a retirada maciça de capital obriga a entidade correspondente a intervir, para evitar que os bancos entrem em falência;
  • crise cambial: quando movimentos especulativos geram distúrbios em determinada moeda. O que faz com que ela se desvalorize, forçando os países a protegê-la;
  • crise da dívida externa: a crise afeta a capacidade de pagamento do país, reduzindo sua capacidade de pagamento a ponto de deixar de pagar os credores.

Os 3 tipos podem acontecer simultaneamente, assim como uma crise que começa como cambial pode levar a uma crise bancária e a uma crise da dívida externa.

O que provoca uma crise financeira?

São muitas as causas por trás de uma crise financeira. As mais comuns são:

  • situação financeira mundial;
  • tensões econômicas entre países;
  • políticas macroeconômicas insustentáveis;
  • sistema financeiro enfraquecido;
  • distorções do sistema financeiro;
  • baixa robustez do setor bancário;
  • má gestão do setor público;
  • irresponsabilidade das entidades bancárias e de crédito.

Indicadores

Quando uma crise financeira está para se formar, ou quando estamos atravessando uma crise, existem alguns indícios claros da situação. São eles:

  • os órgãos de controle dos sistemas bancário e monetário têm pouca coordenação tanto para formular como para adotar políticas econômicas;
  • falta de controle e vigilância das instituições econômicas ocasionando a má conduta ou práticas;
  • problemas de solvência de bancos e entidades de crédito, geralmente causados por uma crise de confiança da população no sistema;
  • nível de créditos e empréstimos é reduzido drasticamente;
  • problemas de liquidez em empresas que não conseguem cumprir seus compromissos de pagamento;
  • intervenção do Estado com resgates ou políticas econômicas mais severas, com caminhos restritivos de austeridade;
  • surgimento de bolhas em alguns setores.

Quais foram as principais crises financeiras do mundo?

Ao longo da história, existiram várias crises financeiras. Algumas, contudo, tiveram impactos mundiais e acabaram sendo consideradas mais importantes. Vamos ver as principais?

Crise de 1929

Essa é conhecida como a Grande Depressão e foi a pior crise financeira do século 20. Nesse período, os países europeus estavam tentando se recuperar após a Primeira Guerra Mundial e os Estados Unidos estavam dispostos a emprestar dinheiro e exportar produtos.

Tanto que, durante essa época, os EUA se tornaram grandes produtores e exportadores, representando uma parcela significativa dos produtos do mundo. Para impulsionar ainda mais a economia, o governo americano começou a estimular o consumo interno, com aumento de empréstimos e outras benesses.

Com o passar do tempo, os países europeus conseguiram se recuperar e não dependiam mais dos Estados Unidos e a crise começou a se instalar. Em 29 de outubro de 1929, conhecida como a quinta-feira negra, milhares de pessoas decidiram colocar suas ações à venda. O resultado foi o colapso do mercado de ações de Nova Iorque.

Embora a crise tenha começado nos Estados Unidos, diversos outros países acabaram sofrendo, um deles foi o Brasil, que era responsável pela produção de 70% do café consumido em todo o mundo, sendo os EUA seu principal consumidor.

A crise durou de 1929 a 1933. Aos poucos, os EUA conseguiram se recuperar, principalmente devido às medidas tomadas com o New Deal.

Crise da dívida externa latino-americana

No final da década de 60 e início da década de 70, os países latino-americanos começaram a se endividar significativamente, graças à oferta de crédito barato. Esses países tiveram ótimas taxas de crescimento nesse período. O Brasil é um exemplo, com um PIB que praticamente dobrou de tamanho entre 1967 e 1974.

Contudo, a conta acabou chegando. No final da década de 70, os preços do petróleo subiram muito, ocasionando o aumento da inflação nos EUA. Para conter a inflação, os americanos aumentaram os juros dos empréstimos feitos aos países latino-americanos.

A crise foi deflagrada com a moratória do México e depois acabou se espalhando para vários países da América Latina. A década de 80 acabou sendo conhecida como a década perdida.

No Brasil, a situação também foi preocupante. Tanto que setembro de 1982 ficou conhecido como “setembro negro” e a divida brasileira chegava aos impressionantes 4,2 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No final dos anos 80, o descontrole inflacionário alcançou patamares de quase 2000% ao ano. Entre 1986 e 1994 foram 7 tentativas de estabilizar a economia, somente em 1994, com a chegada do Plano Real foi possível controlar a hiperinflação.

Nesse mesmo ano, o Brasil conseguiu negociar com importantes credores e reduzir o montante da dívida.

Crise de 2008

Com certeza, essa é uma das maiores crises financeiras mundiais que o capitalismo já enfrentou e tudo teve início com o sistema hipotecário dos Estados Unidos.

Os bancos americanos estavam oferecendo financiamentos imobiliários de alto risco (subprimes) e emitindo CDO (obrigações de dívidas colaterizadas, em português) aos investidores de todo o mundo para levantar dinheiro para aprovar mais subprimes.

As pessoas passaram a não conseguir pagar seus financiamentos e houve um efeito cadeia, com bancos e investidores de todo o mundo sendo prejudicados e muitos bancos quebrando.

O marco da crise de 2008 foi a falência do Lehman Brothers, um dos bancos de investimentos mais tradicionais dos Estados Unidos. Sucessivamente, vários bancos começaram a quebrar e as bolsas de valores de todo o mundo tiveram quedas. Para conter os prejuízos, os governos tiveram que injetar bilhões para evitar uma falência em massa.

A crise financeira de 2008 acabou resvalando em vários outros setores, com muitas empresas fechando e pessoas perdendo o emprego.

Crise brasileira de 2014

Em 2004, o Brasil passou pelo chamado “boom das commodities”, com o aumento da demanda e também dos preços. Nesse período, o PIB brasileiro cresceu muito, o que ajudou a minimizar os impactos da crise mundial de 2008.

Porém, em meados de 2014, o preço das commodities começou a cair e o país passou a viver uma insegurança política. Milhares de pessoas acabaram perdendo o emprego, tanto na indústria como no setor de serviços e comércio. E a inflação passou a crescer.

Crise Covid-19

Recentemente, o mundo passou por uma crise sem precedentes, causada pela pandemia de Covid-19. Porém, o conhecimento absorvido com a crise de 2008 foi essencial para que os governos respondessem rapidamente. Eles entenderam que precisavam colocar dinheiro nas mãos das pessoas e ajudar as empresas rapidamente.

O Congresso americano, por exemplo, concedeu mais de 1 trilhão de dólares para ajudar a economia. E, com isso, os efeitos não foram tão drásticos em termos financeiros como poderiam ter sido. Embora, ainda seja uma crise de proporções enormes, pois afetou a economia e a saúde mundial.

Como as crises financeiras impactam as empresas?

As crises financeiras trazem uma série de impactos econômicos e, por isso, podem desencadear uma crise econômica, trazendo problemas para as empresas de forma geral.

Recentemente, atravessamos a crise econômica trazida pelo Covid-19, que impactou fortemente as empresas de todo o mundo, inclusive as brasileiras.

As crises financeiras podem trazer como consequência o aumento da inflação, a quebra de bancos e a desconfiança da população no sistema financeiro. O que reduz o poder de compra e o consumo geral. Isso afeta fortemente as empresas. Que passam a ter custos mais elevados de produção e mais dificuldades para vender seus produtos ou serviços.

Por isso, é tão importante entender e acompanhar as crises financeiras. De modo a se precaver em relação a elas.

Quais as dicas para proteger seu negócio?

Acompanhar as notícias sobre economia e política é fundamental para qualquer gestor. Pois, assim, você consegue entender como está a movimentação do mercado e prever períodos em que as crises financeiras podem acontecer.

Ter um bom planejamento e gestão financeira é indispensável para qualquer negócio que queira sobreviver a períodos de recessão. Dessa forma, você consegue adaptar rapidamente a sua empresa aos diferentes cenários. Compreendendo quais custos podem ser cortados, produtos que podem ser tirados de linha ou remodelados, entre outras ações de curto e longo prazo.

Além disso, outras dicas são essenciais como:

  • faça uma revisão das finanças e entenda qual é o ponto de equilíbrio do seu negócio, ou seja, quanto precisa vender apenas para honrar suas dívidas;
  • pense em uma estratégia de reestruturação financeira;
  • tenha uma reserva de emergência e estabeleça os critérios na definição dos recursos necessários para a manutenção das atividades essenciais da empresa por 3 a 6 meses, pelo menos;
  • corte gastos supérfluos;
  • monitore seus clientes para avaliar os riscos de inadimplência;
  • trabalhe sua base de clientes, focando na fidelização;
  • realize consultas de crédito antes de aprovar vendas parceladas;
  • revise o seu modelo de negócios e busque adaptar a sua empresa à nova realidade.

Conclusão

Neste conteúdo, você aprendeu que a crise financeira acontece quando instituições ou ativos financeiros se desvalorizam rapidamente, como a quebra dos bancos ou do mercado de ações.

Algumas crises foram tão potentes que tiveram impactos mundiais. Entender essas oscilações do mercado é fundamental para qualquer empresário. Pois é a melhor forma de se antever a essas situações e conseguir manter a empresa funcionando.

Gostou dessas dicas? Assine nossa newsletter e receba sempre dicas de conteúdos bacanas como este direto no seu e-mail!

Artigos Recomendados