A crise econômica é uma das preocupações da maioria dos empresários brasileiros. Covid-19, guerra da Ucrânia, entre muitos outros fatores fazem com que o cenário econômico mundial não seja dos melhores.
Em 2020, a crise foi responsável por fechar 522 mil empresas no Brasil, de acordo com o IBGE. Para não se tornar mais um dado nessas estatísticas, é fundamental entender o que é uma crise econômica e saber como lidar e atravessar uma situação assim.
Siga conosco e veja as dicas que separamos!
O que é a crise econômica?
Crise econômica é um período no qual uma economia experimenta retração nas suas atividades. Em geral, isso pode ser medido devido a uma queda no PIB (Produto Interno Bruto) de uma nação. O indicador mostra a soma dos produtos e serviços finais produzidos pelas empresas.
Então, se o PIB é menor do que o esperado, significa que a economia do país produziu menos riqueza.
É importante lembrarmos que o sistema capitalista funciona de maneira cíclica. Ou seja, com fases de crescimento e retração. Por isso, as crises econômicas são comuns e esperadas, acontecendo de tempos em tempos.
Ciclos econômicos
A economia pode ser analisada dentro de uma dinâmica de ciclos econômicos que compreendem:
- expansão, quando os níveis de produção estão crescendo, da mesma forma que a demanda, a renda das famílias e a taxa de lucro das empresas;
- boom, quando a atividade econômica atinge seu ponto máximo. Podem ocorrer problemas como superprodução e alta da inflação;
- recessão, quando a atividade econômica começa a diminuir, com redução da demanda e crescimento da taxa de desemprego;
- depressão, é o aprofundamento da crise econômica, com redução das taxas de juros, altas taxas de desemprego e ocorrência de falências.
Quais são as consequências da crise econômica?
Uma crise econômica pode ser causada por diversos motivos. Apesar disso, as consequências serão, quase sempre, as mesmas.
Não é preciso ser nenhum economista para saber quais são elas, já que todos nós sentimos na pele (e no bolso) quando estamos diante de uma crise.
As principais consequências são:
- falência das empresas;
- aumento do desemprego;
- crescimento da pobreza;
- aumento do endividamento da população;
- alta da inflação;
- perda do poder de compra;
- redução na arrecadação do governo;
- crescimento do endividamento estatal;
- perda de valor da moeda nacional;
- aumento nas taxas de juros.
Causas
Em geral, as causas de uma crise econômica não são tão óbvias. Já que, em alguns casos, a recessão é desencadeada justamente pelas medidas políticas implementadas para evitar a crise.
Por exemplo, em um período de expansão, o consumo pode ter um aumento desenfreado. Isso pode ocasionar uma alta na inflação. Para evitar uma crise, o governo decidiu aumentar as taxas de juros, para conter o consumo da população.
Contudo, a elevação das taxas de juros pode ter um impacto maior do que a alta da inflação. O que faz com que uma crise tenha início.
Assim, em geral, as causas das crises econômicas são bastante complexas. E podem estar ligadas a fatores intrínsecos, ou seja, do próprio país, ou extrínsecos, como nos casos das crises internacionais. Por exemplo, a que vivenciamos por conta da Covid-19.
Como a crise econômica afeta as empresas?
Uma crise econômica tem sempre graves efeitos sobre as empresas. Como esses cenários são cíclicos, é importante que o gestor saiba prevê-los e lidar com eles.
Em geral, durante as crises, o consumo da população cai. Isso pode acontecer pela alta da inflação, da taxa de juros ou de ambos. A população, então, perde poder de compra. Acaba se endividando mais. E a demanda por consumo acaba sendo reduzida.
Com menos pessoas comprando, as empresas acabam, por sua vez, faturando e lucrando menos. Sem vender, muitos negócios começam a demitir. O que aumenta as taxas de desemprego e piora o endividamento da população, diminuindo ainda mais o consumo.
Para frear o ciclo, o governo precisa agir, desenvolvendo políticas que incentivem a economia. O sucesso ou o fracasso dessas medidas é que vão definir o quão rápido um país consegue se recuperar de uma crise econômica. E o quanto as empresas conseguem lidar com a situação.
Gestão de crise: as principais dicas para enfrentar uma crise econômica
A gestão de crise é um termo extremamente importante e que deve ser dominado por um gestor de empresa. Afinal, se as crises são cíclicas, é fundamental que o seu negócio consiga atravessar esses períodos de instabilidade. Ou, até, crescer com eles.
O primeiro passo para gerir crises, portanto, é saber prevê-las. Acompanhar o noticiário nacional e internacional, entender as movimentações do seu mercado, analisar índices econômicos e acompanhar a política devem ser rotina na vida dos gestores.
Além dessa, existem outras dicas que você pode considerar. Veja quais são.
Conheça seus custos e saiba como reduzi-los
Se você sabe o quanto custa para produzir cada um dos itens que vende e quais são os custos gerais para manter sua empresa operando, fica mais fácil saber como cortar gastos e manter sua empresa no azul.
Um índice financeiro que você deve dominar para ter uma boa gestão de crise é o ponto de equilíbrio. Esse índice indica o quanto você precisa vender apenas para cobrir os custos da sua operação. Ou seja, para ficar no zero a zero, sem lucrar e nem ter prejuízo.
Mire no ponto de equilíbrio em uma crise. Se você precisa de muitas vendas para não ter prejuízo, com a redução da demanda, não conseguirá se manter. Nesse caso, é preciso reduzir bastante os custos e melhorar seus processos internos.
Tenha um bom controle financeiro
O controle financeiro é outro ponto crucial para atravessar uma crise. Empresas com muitas dívidas ou sem controle do que entra e sai, dificilmente conseguirão se manter.
É preciso ter um fluxo de caixa bem controlado. E, também, saber fazer previsões. O bom gestor tem o ano todo previsto. Sabendo quanto deve entrar para cobrir seus custos básicos. E também consegue prever cenários de baixa, entendendo quais medidas podem ser tomadas.
Se você tem o hábito de fazer esse planejamento a cada início de ano, fica mais simples tomar as medidas pensadas anteriormente para atravessar a situação.
Atente-se, ainda, às vendas parceladas e no crédito. Ainda que esse seja um chamariz para manter as vendas, o dinheiro demora para entrar no caixa. E se você não consegue protelar suas dívidas, como pagamentos de funcionários e fornecedores, pode ficar sem dinheiro para operar.
Por isso, é crucial fazer um bom planejamento financeiro. Entendendo o quanto você pode negociar com seus clientes e quais negociações precisa fazer com os custos da sua empresa.
Enxergue novas oportunidades
As crises também trazem bons ensinamentos. Quantas empresas não vemos que usam esse momento para repensar seus processos e até serviços e produtos? Entender o momento e saber como posicionar o seu negócio é fundamental.
A crise de Covid-19 foi um grande ensinamento nesse caso. Pois, muitas empresas tiveram que repensar todos os seus processos e até os serviços e produtos que comercializavam. Houve a necessidade de implementar novas tecnologias para trabalho e atendimento remoto. E, com isso, surgiram novas oportunidades de mercado.
Acompanhe essas tendências. Entenda a fundo quem é o seu consumidor e de que forma sua empresa pode continuar oferecendo valor e soluções a essas pessoas.
Fique de olho também na concorrência. O que as empresas do seu setor não estão enxergando? Quais brechas há nos serviços e produtos que elas oferecem? O que seus consumidores desejam que ainda não está no mercado?
Inove nos processos ou produtos
A inovação é uma das premissas mais importantes para superar uma crise econômica e manter sua empresa sempre atual. E ela não está relacionada apenas a produtos ou serviços.
É claro que vender o que ninguém vende, ou entregar uma solução de uma maneira diferenciada, é uma forma de transformar seu negócio. Mas não é a única.
Você pode inovar também nos processos internos, reduzindo custos, aumentando a produtividade e ganhando competitividade.
Invista em ideias de retorno rápido
Na hora de compreender em quais inovações apostar, pense no retorno que elas podem trazer, nos custos para implementação e no tempo em que você terá esse retorno. Faça essa análise para todas as medidas de crise que poderá tomar.
É importante apostar em soluções que tragam retorno rápido. Assim, sua empresa terá um gás a mais para conseguir sair da crise e, com o tempo, estabelecer novas metas ou padrões.
Use o marketing a seu favor
Um erro muito comum dos gestores é, ao primeiro sinal de crise, reduzir os investimentos em marketing para cortar custos. Esse é um grande erro. Pois, se você não investe em marketing, acaba perdendo oportunidades de vendas (que já são mais escassas durante as recessões).
Esse é o período em que você deve ter um marketing ainda mais agressivo. Porém, claro, sempre com estratégias que tragam retornos reais e de olho nos custos de cada ação.
Conclusão
Neste conteúdo, você aprendeu que a crise econômica é algo normal dentro do nosso sistema capitalista. Os períodos de recessão são cíclicos na nossa economia. Algumas crises são mais profundas e englobam vários países e outras são mais passageiras.
Um bom gestor, contudo, deve saber prevê-las e ter um plano de ação para mitigar seus efeitos e atravessar esses períodos, sem sofrer tantos prejuízos ou perdas.
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