Ser empresário requer muita motivação, tenacidade, paciência, atitude positiva, foco no próprio negócio e na concorrência e profundo conhecimento das necessidades do seu cliente e do mercado em geral.

Como costumo dizer, você tem que ser um especialista em generalidades. Tem que ter uma sólida experiência no seu ramo de atuação. Conhecimento acadêmico também é bem-vindo, se possível. Ambos serão literalmente desafiados todos os dias por todos os tipos de problema que você imagina – e por problemas que você nem sonhava que poderiam existir.

Costumo dizer também que a legislação brasileira é um pântano, feito para você sucumbir facilmente, se não estiver bem preparado. O primeiro passo nesse pântano é fazer o planejamento do seu negócio. Pode parecer algo esotérico, difícil e que não se aplica à sua empresa (pensando aqui que estamos falando das MPEs: micro e pequenas empresas). Porém, é exatamente o oposto: o planejamento não é um bicho de sete cabeças. Deve ser simples e direto. Ele servirá de guia para essa importante etapa inicial do seu empreendimento ou também no caso de sua empresa já existir há vários anos e você estar buscando uma reestruturação.

Fracasso é o jacaré que o persegue nesse ambiente hostil, cheio de perigos decorrentes da complexidade da legislação tributária, trabalhista e do emaranhado de regras burocráticas que reinam absolutas no “país da desburocratização”…

Pois é, assim pode parecer que pretendo tirar da sua cabeça a ideia de começar sua própria empresa; ou – se ela já existe – revitalizá-la, pensando na continuidade do negócio, diante das constantes mudanças. Só que não! Isto é um alerta justamente com o objetivo de lhe mostrar como andar nesse pântano, sem ficar perdido entre bichos peçonhentos e riscos desnecessários. Você não pode mudar o pântano, mas, pode conhecê-lo melhor para se sair bem. Como empresário e como ser humano.

Sou formado em Administração de Empresas, Direito e Ciências Contábeis. Fiz pós- graduação em Marketing pela ESPM. Trabalhei 12 anos como publicitário. Tenho 18 anos de experiência atendendo empresas no escritório de contabilidade. Pode ter certeza que vi, ao longo de todo esse tempo, muito sucesso, e sei que a base do êxito empresarial é o planejamento e a gestão do negócio.

Então, selecionei cinco artigos, cada um com uma dica para a excelência na gestão de sua empresa. A primeira diz respeito à gestão financeira e aqui vai ela:

Certa vez, ouvi de um professor – não me lembro o nome dele, mas, ficou a lição – da faculdade de Ciências Contábeis: “Os três relatórios contábeis mais importantes das empresas são: balancete mensal, DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício) e relatório de controle do fluxo de caixa. Com esses três documentos podemos administrar muito bem qualquer tipo de empresa.”

Em seguida, ele acrescentou: “Desses três relatórios, qual deve ser visto em primeiro lugar?” Diante do silêncio da classe, ele refez a pergunta: “Qual desses relatórios mostra, mais rapidamente e facilmente, que a empresa está com problemas?”.

O silêncio permaneceu. Nenhum aluno sabia ao certo o que responder. Então ele respondeu com convicção: “A empresa morre por problemas no fluxo de caixa. O balancete e o DRE são muito importantes, fundamentais, porém, o que faz uma empresa quebrar é o descontrole no fluxo de caixa”. Isso me marcou profundamente e é um alerta que transmito a todos vocês: tenham atenção muito especial com o fluxo de caixa da empresa. Mas, como? Qual é o melhor modo de fazer isso?

Para se ter maior clareza do que estamos falando, vamos ver a definição e as explicações disponíveis no site do SEBRAE. Abaixo selecionei os trechos que julguei mais interessantes.

O fluxo de caixa é o movimento de entrada e saída de recursos financeiros da empresa. A entrada de recursos é proveniente das atividades de venda de produtos e serviços ou da venda de algum ativo da empresa (equipamento, veículo ou imóvel, por exemplo).

Quando a entrada de recursos é maior do que a saída, temos um saldo positivo, caracterizando uma situação superavitária. Por outro lado, quando a saída de recursos é maior do que a entrada, temos uma situação deficitária.

Um fluxo de caixa tem uma característica temporal: pode ser diário, semanal, mensal ou anual, e traz componentes de projeção ou estimativa.

O fluxo de caixa é uma das mais importantes ferramentas de gestão financeira de uma empresa.

Ele permite ao empresário lançar suas contas a pagar e seus direitos a receber, além de estimativas de receitas e despesas, apurando, assim, o saldo disponível ou mesmo indisponível, permitindo medidas antecipadas de gestão. É um poderoso instrumento gerencial na antecipação de problemas de liquidez e endividamento, sintomático de rentabilidade, lucratividade e eficácia empresarial. Quanto maior for a proximidade entre a projeção do fluxo de caixa e o efetivamente realizado, maior será o conhecimento do empresário sobre seu negócio.

No site do SEBRAE tem uma planilha gratuita em Excel, que pode servir de base.

Você pode fazer o download diretamente por AQUI.

Minha sugestão é adaptar e manter atualizada essa planilha, de acordo com a complexidade de operação de sua empresa, utilizando-a com históricos e saldos diários, que serão facilmente sintetizados em fluxos semanais e mensais. Observo que, para fins contábeis, a empresa deverá enviar ao escritório o relatório mensal. Todavia, recomendo que a estrutura da planilha seja diária, para facilitar na hora de fechar o mês. Dito de outra forma: não espere o mês terminar para você ficar maluco, separando todos os documentos de entrada e saída, e fazer o relatório do mês. Faça o caixa diariamente. Tudo fica mais fácil de lembrar e você consegue fazer o relatório com mais agilidade. No início de cada mês, praticamente estará tudo pronto. Basta dar uma revisada e adicionar os documentos dos últimos dois ou três dias.

Essencial também você compreender que o controle de fluxo de caixa é um instrumento de gestão administrativa, que servirá de base para os lançamentos contábeis. Então tem que estar bem claro que planilha de Excel não é documento contábil. Ela serve para a gestão do fluxo de caixa do seu negócio, porém, é obrigatório que junto com esse controle estejam todos os documentos de entrada e saída, pois, eles são a base dos lançamentos na contabilidade.

Então você terá os documentos e a planilha de controle do fluxo de caixa. Pronto. Seguramente você estará no caminho certo para o sucesso do seu negócio, seja iniciando a empresa, seja numa etapa de reestruturação, tendo mais rapidez para identificar problemas, evitá-los ou minimizá-los. Não se trata de buscar a perfeição, mas, sim, de diminuir os riscos, que estão sempre presentes na vida de todo empreendedor e de toda empresa.

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